28 janeiro 2009

25 janeiro 2009

Vulcão do Hawai tem um irmão extraterrestre

O vulcão havaiano Kilauea é parecido com Prometeu, uma fonte de lava gigante localizada em Io, uma das luas de Júpiter. A semelhança foi apontada por pesquisadores da Nasa que analisaram imagens feitas em outubro pela sonda espacial Galileu. As fotos revelaram que a lava de Prometeu sai de dois pontos quentes e apenas escorre, em vez de explodir — exatamente como acontece no Kilauea. Outro ponto comum é o tempo de atividade. Prometeu está em erupção permanente desde 1979 e o Kilauea, desde 1982. Para a vulcanóloga brasileira Rosaly Lopes-Gautier, da Nasa, as fotos de Io devem ajudar a explicar como era a Terra há bilhões de anos. "A lava da lua jupiteriana é muito quente, como a dos vulcões terrestres antigos", conta ela. "A comparação ajuda a entender como se comportavam as caldeiras de fogo daqui."
Estima-se que em Io haja 100 vulcões em plena atividade. Dois deles foram batizados pela carioca Rosaly Lopes-Gautier com nomes em tupi: Tupan e Monan. A lua é quente por dentro porque a gravidade de Júpiter deforma sua massa, provocando atrito entre as rochas, o que gera muito calor. Ela fica a 422 000 quilômetros de Júpiter, distância menor do que a da Terra à Lua, de 480 000 quilômetros.
Superinteressante online

Hawai - Vulcão Kilauea volta a entrar em erupção.

O vulcão Kilauea, no Hawai, voltou a entrar em erupção na madrugada desta quarta-feira, com jactos de lava que atingiram os 12 metros de altura, de acordo com a televisão do Hawai KITV.
As erupções voltaram a surpreender os cientistas, devido à potência dos jactos de magma
projectados pelo vulcão.
Alguns geólogos recolheram amostras de lava para assim analisarem melhor aquele que é um dos maiores vulcões em actividade do mundo.
"Usamos a lava como prova química para perceber como é que o magma se desenvolve no interior do vulcão e acaba por ser libertado para a superfície", assinalou o geólogo da Universidade de Hawai-Manoa, Michael Garcia.
O vulcão Kilauea entra em erupção periodicamente. Os seus rios de lava são já uma atracção para milhares de turistas do mundo inteiro.
Tvnet - Julho 2008

22 janeiro 2009

Vulcão de Yellowstone elevou-se 18 cm desde 2004

Nos Estados Unidos, o supervulcão de Yellowstone está subindo. A sua "caldeira", uma grande bacia de 60 km de comprimento e 40 km de largura situada no centro do parque nacional do mesmo nome e criada por uma enorme explosão vulcânica acontecida 642 mil anos atrás, ergueu-se cerca de 18 centímetros entre Julho de 2004 e o final de 2006, o que representa uma média anual de 7 cm.
Essa elevação da caldeira de Yellowstone foi constatada pelas 12 estações do sistema de posicionamento global (GPS) instaladas na região do vulcão e pelo radar especializado do sistema Envisat, da Agência Espacial Européia (ESA).
O ritmo de elevação vem sendo bem mais rápido do que o observado de 1923 até recentemente. As elevações anuais médias são da ordem de 2 cm.
Os cientistas norte-americanos, que relataram essas observações em artigo publicado pela revista Science na sua edição de 9 de novembro, acreditam que o fenómeno se deva à recarga da câmara de magma gigante situada sob o vulcão, constituída de rochas fundidas e de matéria sólida. A isso se pode acrescentar a pressão mais elevada dos fluidos hidrotérmicos.
Pesquisas anteriores haviam demonstrado que a câmara de magma de Yellowstone se localiza em profundidade entre 8 a 16 km. Ela tem a particularidade de ser alimentada de magma por um "ponto quente" localizado a mais de 600 km de profundidade. Situados na base do manto superior da crosta terrestre, os pontos quentes correspondem a uma concentração local de calor que serve de fonte à produção de rochas. Mais leves que o material circundante, estas sobem à superfície e perfuram a crosta terrestre, como um gigantesco maçarico.
No que concerne a Yellowstone, os pesquisadores sentem-se divididos quanto à forma que uma eventual erupção poderia tomar: Correntes de magma ou projecções na atmosfera? Por enquanto, as observações não constatam "sinal de erupção vulcânica ou de explosão hidrotérmica eminentes", avalia Robert Smith, sismologista e professor de geofísica na Universidade de Utah, que dirigiu o estudo publicado pela Science.
Mesmo assim, o risco é real, já que o supervulcão de Yellowstone conheceu no passado erupções gigantes, acontecidas há 2 milhões de anos, 1,3 milhão de anos e 642 mil anos. As detonações foram, respectivamente, 2,5 mil vezes, 280 vezes e mil vezes mais fortes que a devastadora erupção do Monte Saint Helens, em 1980, que causou 57 mortes e US$ 1 bilhão de prejuízo, de acordo com Robert Smith. Desde então, apenas erupções vulcânicas de menor envergadura vêm acontecendo.
O Parque de Yellowstone regista atividade sísmica moderada mas regular, com centenas de abalos a cada ano. O mais violento, com magnitude 7,5 na escala Richter, aconteceu em 1959. O calor gerado pelo magma, situado a baixa profundidade, alimenta os processos geotérmicos característicos do parque, que conta com mais de 200 gêiseres e numerosas fontes e lagos hidrotérmicos.
Para antecipar um evento que poderia ser catastrófico, o observatório vulcanológico de Yellowstone decidiu, em 2006, equipar o local com sistemas de observação e alerta mais aperfeiçoados, sob os termos de um programa que se estenderá até 2015.
Expresso - 28.12.2008

Novas espécies descobertas graças ao Google Earth

Dar a volta ao mundo sem sair do computador não é uma miragem. Com o Google Earth, um globo virtual, poderá viajar e ver imagens satélite de qualquer ponto do Planeta. Mas as maravilhas desta ferramenta da Internet não se ficam por aqui. Um grupo de pesquisadores do Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, localizou um 'paraíso perdido' de espécies desconhecidas no sudeste africano. O Monte Mabu, no norte de Moçambique, conhecido apenas pelos habitantes locais, foi identificado em 2005, quando Julian Baillys navegava à procura de zonas para um projecto de conservação - com registo de fortes precipitações e a uma altitude de 1600 metros do nível do mar. O Google Earth mostrou alguns lugares inexplorados, embora a maioria na Papua-Nova Guiné. Mas durante a análise dos mapas retirados do programa, a sua atenção focou-se numa vasta área no coração montanhoso no norte da ex-colónia portuguesa: cerca de 80 km quadrados de floresta. Uma região virgem é o sonho para qualquer biólogo. A preservação do Monte Mabu poderá ter resultado pelo facto de ser uma região de difícil acesso e o valor como refúgio durante a guerra civil do país entre 1975 e 1992. A descoberta levou a uma expedição ao local entre Outubro e Novembro passados: 28 cientistas de seis países embarcaram com vista à recolha das espécies que ali habitam.
"A fenomenal diversidade é impressionante", revela Jonathan Timberlake, o líder da equipa que recolheu mais de 500 amostras de plantas. Entre as centenas de espécies levadas agora para o Reino Unido, a fim de serem analisadas, constam novas descobertas biológicas: novas espécies de três borboletas, de uma víbora, de um insecto hemíptero e várias populações de plantas. Neste momento, o Jardim Botânico Real de Kew já está a trabalhar com o governo de Moçambique no sentido de proteger a área descoberta e incentivar a população local à sua preservação.
Expresso - 28.12.2008

19 janeiro 2009

"Não podemos ser os únicos em 100 milhões de estrelas"

Esperam-se imagens de galáxias distantes em lugares comuns como uma paragem de autocarro, telescópios montados nas ruas, planetários de portas abertas, olhares para o sol, cabeças viradas para a Lua, muitas conversas sobre estrelas e exposições. Até as forças do Universo vão ajudar e programaram para os céus de 2009 o mais longo eclipse solar a 22 de Julho, uma chuva de estrelas em Novembro e uma vista privilegiada para Júpiter em meados de Outubro. Entramos hoje, com cerimónia oficial na sede da UNESCO em Paris, no Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009), com o lema Descobre o teu Universo, e que assinala os 400 anos da primeira observação astronómica - da Lua - realizada por Galileu. É altura de estar mais perto do céu. A iniciativa não tornará melhores as muitas missões espaciais em curso. Porém, com o objectivo de "tornar a astronomia acessível a todos e fazer perceber o contributo dessa ciência na nossa cultura e sociedade", a acção da União Astronómica Internacional - que reúne mais de dez mil astrónomos -, apoiada pela UNESCO, prevê milhares de eventos em 135 países e promete, pelo menos, muito mais atenção para esta ciência."Não é um ano internacional que vai revolucionar a astronomia, mas tenho a certeza que com esta acção de visibilidade pública vamos lançar sementes que iremos colher mais tarde", nota Pedro Russo, o coordenador internacional do AIA 2009. Talvez até mais investimento para uma área científica muito dispendiosa. Questões em aberto. Há quatro grandes questões em aberto na astronomia que merecem o consenso e se arrastam há séculos. A saber: Compreendemos os extremos do Universo? Como é que as galáxias se formam e evoluem? Como é que as estrelas e planetas se formam? Como encaixamos nisto tudo? Pedro Russo acredita que "estamos cada vez mais próximos" das respostas, mas que encontrar provas de vida extraterrestre é o que o entusiasma mais. A Nuno Santos também. O astrofísico do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, que é co-autor da descoberta de vários planetas fora do nosso sistema solar (extra-solares), adivinha um prazo de cerca de cinco anos até à descoberta "de um planeta parecido com a Terra". Depois é preciso chegar lá para perceber se há vida. Mas, para Nuno Santos, esta aventura faz-se com a convicção de que "não podemos ser os únicos em 100 milhões de estrelas". Por coincidência, porque os planos espaciais se fazem com grande antecedência, em 2009 há missões da Agência Espacial Europeia e da NASA que visam estas áreas (a Hershel, Planck e a Kepler). Os mistérios da astronomia não se resumem à hipótese de vida extraterrestre, mas não há dúvida que esse é o assunto que mais nos inquieta e fascina, sejamos cientistas ou não. Sim, também queremos saber como tudo começou, gostamos do Big Bang, da ideia de sermos feitos da poeira das estrelas, dos misteriosos buracos negros, dos anéis de Saturno e das descrições gélidas ou tórridas de planetas distantes. É é disso tudo que vamos ouvir falar em 2009. Em Portugal o programa é apresentado em Espinho no dia 23 e o arranque oficial está planeado para 31 de Janeiro, com um concerto, na Casa da Música, no Porto. O início de um caminho para as estrelas.
Público - 15.01.2009 - Andrea Cunha Freitas

18 janeiro 2009

Estudo mostra que aumento de vírus europeu está ligado ao aquecimento local

As estações quentes mais prolongadas que se têm vivido são para todos: pessoas, animais, plantas e vírus. Um estudo publicado no “International Journal of Health Geographics” conseguiu ligar estes quatro grupos e explicar porque é que o aquecimento global está relacionado com o aumento preocupante de uma doença que tem afectado a Bélgica. Desde 2005 que já se vive uma pandemia na Bélgica causada pelo vírus puumala. O vírus, cujo hospedeiro é o rato-toupeiro, está referenciado nas listas do país desde 1985. Dos 2200 casos identificados, 828 (que representa 37,6 por cento dos casos) ocorreram entre 2005 e 2007. “Esta doença transmitida por animais era pouco conhecida antes de 1990. A sua incidência tem aumentado na Bélgica com um padrão cíclico, alcançando proporções epidémicas desde 2005. O facto de nos últimos anos haver um efeito combinado de Verões e Outonos mais quentes que estão ligados com o aumento da doença sugere que este fenómeno seja uma consequência do aquecimento global”, explica em comunicado Jan Clement da Universidade belga de Leuven, autor do estudo. Os autores acreditam que o clima mais quente faz com que haja mais bolotas, o prato principal da dieta do rato-toupeiro ou Myodes glareolus. Ao haver mais alimento, a população do roedor também aumenta, o que torna o vírus mais frequente. Por outro lado, um tempo mais ameno faz com que as pessoas visitem mais vezes os espaços verdes e estejam mais em contacto com o mamífero.“Desde 1993 que o pico de casos da doença foi precedido pelo aumento de produção outonal de bolotas no ano anterior”, explicou o investigador. A doença já se espalhou para outros países como a Alemanha, França, Holanda e Luxemburgo. O vírus pummula faz parte da família dos vírus que causam febre hemorrágica – o sangramento dos tecidos e dos órgãos. Apesar de ser relativamente fraco, causa sintomas parecidos com os da gripe e complicações a nível renal que necessitam de diálise intensa. Alguns doentes podem ter problemas a nível pulmonar e em casos raros o vírus mata a pessoa.
Público -16.01.2009 -Nicolau Ferreira

15 janeiro 2009

Agricultores podem arrefecer o planeta se apostarem em culturas “amigas do clima”

O papel dos agricultores no xadrez do clima global poderá ganhar nova relevância se escolherem plantar culturas com benefícios climáticos. Estas variedades “amigas do clima” têm maior capacidade para reflectir a luz do Sol de volta para o espaço e poderão fazer baixar a temperatura até um grau Celsius em muitas zonas da Europa, América do Norte e Norte da Ásia, concluiu uma equipa de cientistas britânicos da Universidade de Bristol. Utilizando um modelo climático global, os cientistas concluíram que esta estratégia poderia fazer baixar até um grau Célsius as temperaturas à superfície durante o Verão e aliviar os efeitos das ondas de calor e episódios de seca. Andy Ridgwell, que coordenou o estudo publicado hoje na revista “Current Biology”, acredita mesmo que a escolha das variedades agrícolas pode traduzir-se numa redução de 20 por cento no aumento de 5 graus previsto para a Europa, América do Norte e Norte da Ásia até ao final do século. “Descobrimos que diferentes variedades da maioria das colheitas agrícolas diferem na quantidade de energia solar que reflectem de volta para o espaço”, comentou Ridgwell. “Quanto mais energia devolveres, mais baixas serão as temperaturas”. Neste momento, a temperatura média do planeta já aumentou 0,8 graus Celsius desde 1850 e a comunidade internacional está a preparar o combate contra as alterações climáticas de forma a garantir que as temperaturas médias globais não aumentem mais de dois graus Célsius, em relação a essa data. Governos e investigadores estudam formas para tentar abrandar a subida das temperaturas. A ideia deste estudo, salienta Ridgwell, tem a vantagem de ter custos baixos e, ao contrário dos biocombustíveis de primeira geração – como o milho, por exemplo -, não compete com a produção de alimentos. “Podemos continuar a plantar milho mas podemos escolher uma variedade que tenha um maior benefício climático. Não estaremos a substituir estas colheitas por algo que transformamos em energia”. Além disso, os agricultores que abraçarem a sua causa climática poderão receber créditos de carbono para os incentivar a plantar estas variedades “amigas do clima”, lembrou Ridgwell.

Público - 15.01.2009 - Helena Geraldes

Há metano em Marte no Verão, virá de bactérias subterrâneas?

Há grandes quantidades de metano e vapor de água na atmosfera de Marte durante o Verão — o que é o melhor indício até agora de que poderá haver vida no planeta vermelho. É que este gás não sobrevive muito tempo na atmosfera, tem de ir sendo lançado. E na Terra, 90 por cento do metano é de origem biológica. Não há provas de que algum micro-organismo marciano esteja a expelir metano. Pode ser também emitido por processos geológicos, como vulcões, diz hoje no site da revista Science uma equipa de cientistas dos Estados Unidos que divulga as suas observações, feitas entre 2003 e 2006, graças a três telescópios do Hawai. “Em Marte, o metano pode ter origem biológica ou geoquímica”, diz a equipa de Michael Mumma, do Centro Goddard a NASA.A equipa não é a primeira a detectar metano em Marte, mas é a primeira a associá-lo ao momento em que sobem as temperaturas: o gás parece surgir em pluma, em algumas áreas, quando chega o Verão. Foram detectada até 19 mil toneladas deste gás na atmosfera, usando espectrómetros. Estes instrumentos podem medir os gases na atmosfera, analisando a sua assinatura característica no espectro electromagnético. Até agora, não se conhecem processos naturais nenhuns na superfície do planeta que permitam a produção de metano. "Portanto, a presença de quantidades significativas de metano exigiria a libertação recente do gás a partir de reservatórios sob a superfície. Mas a sua origem pode ser biológica ou não”, escrevem os investigadores na Science. No entanto, é no subsolo de Marte que há água, e talvez possam existir micróbios subterrâneos que produzem metano: na Terra existem, há milhões de anos.
Público - 15.01.2009 - Clara Barata, Reuters