30 janeiro 2010

Argumentos bioquímicos - Evolução molecular

Os Neandertais pertencem a um grupo de hominídeos extintos que viveram na Ásia ocidental e Europa, aproximadamente, há 300-30 mil anos atrás. Durante esse espaço de tempo conviveram com o Homo sapiens, facto que permitiu criar expectativas sobre o seu grau de parentesco.
De forma a estabecer a sua proximidade evolutiva os cientistas extraiem, analisam e comparam o DNA retirado de ossos de um Neandertal fóssil, com o dos humanos actuais. A partir desses resultados os cientistas estimaram que os neandertais e os humanos modernos evoluíram separadamente, embora ainda se mantenham muitas questões para resolver.
Os biólogos moleculares determinam a estrutura do DNA ou proteínas, usando-a para determinar e comparar padrões genéticos que permitem compreender as causas da evolução. Com essas informações é possível perceber as mudanças na função de uma molécula, de onde vem os novos genes assim como a relação filogenética entre os organismos.

Os evolucionistas moleculares baseiam o seu estudo na análise precisa de ácidos nucleicos, nucleótidos, proteínas e aminoácidos. A evolução nos ácidos nucleicos ocorre por substituição de nucleótidos que, por sua vez, provocam trocas nos aminoácidos que codificam; e, estes últimos, numa subsequente alteração na forma e funcionamento das proteínas.
Estes biólogos investigam a evolução destas moléculas, determinando a rapidez e causas das suas alterações, tentando reconstruir e comparar as histórias evolutivas dos genes e organismos através da filogenia molecular.
Durante muito tempo, a biologia evolutiva apenas dependia do estudo das características morfológicas ou anatómicas óbvios nos organismos.
Charles Darwin, durante a viagem no Beagle, observou diferenças morfológicas entre as espécies encontradas em diversas regiões biogeográficas. Posteriormente, através da sua teoria da selecção natural foi capaz de explicar porque é que essas mudanças ocorriam, mas não pode determinar como ocorriam. A compreensão dos mecanismos das alterações morfológicas teve de aguardar novas descobertas que apenas ocorreram um século mais tarde.
Adaptado de A Ciência da Biologia

Ecolocalização - Analogia ou Homologia??

Ecolocalização ou Biosonar é um sentido, uma sofisticada capacidade biológica de detectar a posição e/ou distância de objectos (obstáculos no ambiente) ou animais através de emissão de ondas ultra-sónicas, no ar ou na água. Para diversos mamíferos, morcegos, golfinhos e baleias, essa capacidade é de importância crucial em condições onde a visão é insuficiente. Wikipédia



Genética une golfinhos e morcegos

Para a maioria das pessoas os golfinhos são vistos como animais simpáticos, enquanto que o mesmo não pode ser dito sobre os morcegos. Porém, apesar das diferenças, eles apresentam algo em comum.Ambos possuem um sofisticado sistema de ecolocalização, que lles permite a visão e locomoção atravás de sons. Estudos actuais mostraram que essa capacidade se desenvolveu em ambos de forma distinta, mas através das mesmas variações genéticas. A descoberta, dizem os especialistas, representa um exemplo "sem precedentes" de convergência evolutiva entre esses dois animais.

Com base em pesquisas efectuadas na Queen Mary, University of London, apesar das suas diferenças aparentes, golfinhos e morcegos possuem semelhanças que chegam a um nível molecular. Numa publicação da revista "Current biology", estes animais mostram ter desenvolvido o mesmo tipo de células dentro dos seus aparelhos auditivos, o que permite que usem o sistema de ecolocalização para detectar objectos à sua frente e também para capturar presas, emitindo sons de alta frequência e guiando-se pelo eco por eles produzido. Para analisar isso, os cientistas sequenciaram o gene de uma proteína presente nos aparelhos auditivos de todos os animais.
Um dos autores do estudo diz que ocorrem inúmeros exemplos de espécies que desenvolveram características semelhantes de forma independente (tal como os dentes dos elefantes e das morsas). Daí se dar crédito a que tais traços convergentes tenham surgido através de diferentes alterações no DNA nos animais. Porém, este estudo mostra que uma capacidade tão complexa como é o caso da ecolocalização se desenvolveu, na verdade, através das mesmas mudanças genéticas tanto em morcegos como em golfinhos.
Adaptado de O GLOBO

28 janeiro 2010

Caudipteryx

De todos os dinossauros não-avianos encontrados na China, nenhum se mostrou mais admirável do que o Caudipteryx ("cauda com penas"). Essa criatura de pernas longas parece uma mistura de ambos os tipos de animais, com um bico semelhante ao das aves e penas, mas com os dentes e ossos semelhantes aos de um dinossauro terópode não-aviano. Wikipédia

Dinossauros com penas

Caudipteryx
A teoria de que as aves descendem dos dinossauros ganhou mais crédito quando paleontologistas anunciaram a descoberta de fósseis de duas espécies, ambas com penas e com características de dinossauros.
Esses fósseis, descobertos na província de Liaoning, reforçam a contestada teoria de que os dinossauros seriam os ancestrais, em linha directa, das aves, afirma Philip Currie, responsável pela secção de dinossauros de um museu de paleontologia do Canadá. Ele afirma: "Os dinossauros têm sido sinônimo de controvérsia, em ciência, mas essa controvérsia está finalmente resolvida".

O trabalho de uma equipe de cientistas permitiu identificar os fósseis como sendo de duas diferentes espécies; essas descobertas foram publicadas no National Geographic Magazine, e no Nature.

Ji Qiang, director do Museu Geológico Nacional em Beijing, que trabalhou com os fósseis, afirma que a descoberta das penas nesses animais comprovaria a relação existente entre dinossauros e aves. Ele diz: "Eles representam o elo perdido entre aves e dinossauros, que sempre tivemos a esperança de encontrar".
As duas espécies, denominadas Caudipteryx zoui e Protoarchaeopteryx robusta eram ambas capazes de correr rapidamente, embora quase certamente fossem incapazes de voar; essas conclusões são obtidas, por um lado, pela observação de suas longas pernas e, por outro, pelo fato de seus membros anteriores serem relativamente curtos. O Protoarchaeopteryx tinha o tamanho de um peru atual e parece ser o ancestral do conhecido Archaeopteryx, conhecido fóssil. É possível que as penas, nele, tenham tido o papel de isolamento térmico ou de camuflagem ou, ainda, de reconhecimento entre os membros da mesma espécie. Caudipteryx, por outro lado, tinha aproximadamente um metro de altura, com o corpo provavelmente coberto de penas, embora o fóssil exiba penas somente na cauda e nos membros anteriores. Ambos os animais, diz Currie, se assemelham bastante a dinossauros carnívoros chamados Terópodos. "Podia-se prever que esses fósseis realmente existiam, no entanto, francamente, nunca esperei que fôssemos ter a sorte de encontrá-los", diz Mark Norell, do departamento de paleontologia dos vertebrados do Museu de História Natural de Nova Iorque, que também participou do trabalho com os fósseis.
O próximo passo, segundo alguns cientistas, será identificar exatamente para que serviam as penas nesses dinossauros, já que não estariam ligadas ao vôo. Essas descobertas, por exemplo, poderiam ajudar a descobrir se os dinossauros eram animais de sangue quente ou de sangue frio, como os répteis atuais. Por outro lado, a falta de relação entre as penas e o vôo poderia permitir o surgimento de novas teorias a respeito de como da origem do vôo.
Tradução e adaptação de Reuters - Junho 98

27 janeiro 2010

Archaeopteryx

Fóssil de dinossauro alado comprova parentesco com pássaros


Fósseis extremamente bem preservados de dinossauros achados no nordeste da China mostram os exemplos mais antigos de penas já encontrados e representam a prova final de que os dinossauros eram ancestrais dos pássaros, segundo cientistas.
Os fósseis têm mais de 150 milhões de anos.
As espécies são indubitavelmente mais antigas do que o Archaeopteryx, encontrado na Alemanha, que vinha sendo tido como o fóssil de pássaro mais antigo já encontrado.
A descoberta foi descrita por Xu Xing, da Academia de Ciências Chinesa, em Pequim, e sua equipe na revista especializada Nature.
A teoria de que os pássaros evoluíram dos dinossauros sempre foi posta em dúvida por causa da ausência de penas em espécies mais antigas do que o Archaeopteryx.
Mas os novos fósseis, encontrados em duas localidades diferentes, são, em sua maioria, pelo menos 10 milhões de anos mais velhos do que o do pássaro encontrado na Alemanha, no fim do século 19.
Um dos dinossauros, batizado de Anchiornis huxleyi, está extremamente bem conservado, dizem os cientistas.
O dinossauro tinha extensa plumagem cobrindo seus braços e cauda e os pés – formando quatro asas.
‘Extremamente excitante’
“A primeira espécie descoberta no início do ano estava incompleta”, disse Xu à BBC News.
“Com base neste espécime, nomeamos o dinossauro Anchiornis; pensamos que era um parente próximo dos pássaros. Mas então encontramos o segundo espécime, que estava bastante completo – e bem preservado.”

Archaeopteryx era o exemplo mais antigo de dinossauros com penas
“Por todo o esqueleto, você vê penas.”
“Com base neste segundo espécime, nos demos conta de que esta era uma espécie muito mais importante, e definitivamente uma das espécies mais importantes para entendermos a origem dos pássaros e de seu voo.”
O professor Xu acredita que a forma de quatro asas pode ter sido um estágio muito importante na transição evolucionária dos dinossauros para pássaros.
Os detalhes das últimas descobertas foram apresentados nesta semana no encontro anual da Sociedade de Paleontólogos de Vertebrados, na Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha.
O renomado paleontólogo britânico Michael Benton disse que o anúncio é de grande importância.
“Ao desenhar a árvore da vida, é bastante óbvio que há registros de fósseis com penas anteriores ao Archaeopteryx”, disse ele à BBC News.
“Agora essas novas descobertas fantásticas do professor Xu Xing provam isso de uma vez por todas.”
BBC-Brasil - 25 Set 2009

24 janeiro 2010

Evolução: Charles Darwin

Argumentos do Evolucionismo

Argumentos de Anatomia Comparada
A anatomia comparada é o estudo comparativo da forma e estrutura em diferentes organismos, de modo a estabelecer relações de parentesco entre eles.
Os dados anatómicos que evidenciam as relações de parentesco entre as diferentes espécies de seres vivos são a existência de órgãos homólogos, análogos e vestigiais.

Órgãos Homólogos – têm o mesmo padrão anatómico básico, a mesma origem embrionária, podendo em diferentes seres vivos desempenhar funções diferentes. Estes órgãos têm, em diferentes organismos, a mesma organização estrutural, a mesma posição relativa, o que reflecte que divergiram do mesmo antepassado, adaptando-se posteriormente a diferentes ambientes ou nichos ecológicos. Reflectem, por isso, uma evolução divergente (Ex.: membros anteriores dos Vertebrados).
O conjunto ordenados de órgãos homólogos em diferentes organismos constitui uma Série Filogenética.
Órgãos análogos - têm difere. padrão anatómico básico, difere. origem embrionária, desempenhando em diferentes seres vivos a mesma função. Estes órgãos têm, em diferentes organismos, difere. organização estrutural, diferentes posições relativas, o que reflecte que evoluíram de antepassados diferentes, sendo órgãos puramente adaptativos, acomodando-se aos mesmos nichos ecológicos.
Reflectem, por isso, uma evolução convergente (Ex.: as asas dos insectos e das aves).

Órgãos Vestigiais – órgãos que foram de grande utilidade um antepassado mas que no presente têm uma função reduzida. O ambiente actuou no sentido regressivo, privilegiando os indivíduos que iam surgindo com esses órgãos cada vez mais reduzidos. Ao longo de milhões de anos tornaram-se rudimentares, vestigiais, isto é, não funcionais.

Argumentos Paleontológicos
O estudo do registo fóssil de espécies extintas (que não têm representes actuais, contrariando assim a imutabilidade das espécies, na medida em que levam a admitir que a Terra foi habitada, ao longo do tempo, por formas diferentes de seres vivos) permite a elaboração de fortes argumentos a favor do Evolucionismo. Para além de ter permitido pôr em causa a ideia da imutabilidade das espécies, permitiu definir percursos evolutivos de determinados grupos através do levantamento das modificações sofridas ao longo do tempo.
A descoberta de fósseis de transição ou formas sintéticas (corresponde a forma que possuíam características que correspondem, na actualidade, a dois grupos diferentes de organismos) tem permitido o estabelecimento de relações filogenéticas entre diferentes grupos actuais. Documentos que permitem concluir que as espécies não são independentes quanto à sua origem, contrariando as ideias fixistas (Ex.: Archaeopteryx, Pteridospérmicas, Ichtyostega).
Árvore filogenética é um diagrama com diferentes ramificações que têm em conta a origem dos grupos a partir de ancestrais comuns. Os ramos destas árvores assinalam o aparecimento de novas formas de seres vivos.

Argumentos Embriológicos
Em determinados grupos de animais, as relações de parentesco são mais facilmente percebidas na fase embrionária do que na fase adulta. Nas fases precoces do desenvolvimento embrionário, existem semelhanças entre os embriões das diferentes classes dos Vertebrados. Essas semelhanças podem ser explicadas se pensarmos que, no decorrer do processo embrionário, se esboça o plano estrutural básico do corpo que todos herdaram de um ancestral comum.
Haeckel forma a lei da recapitulação, segundo a qual a ontogenia é uma recapitulação da filogenia, ou seja, durante o desenvolvimento embrionário cada animal passa por fases que correspondem a fases adultas de espécies ancestrais. Esta interpretação, apesar de errada, veio sugerir uma forte relação entre ontogenia e filogenia. Quanto mais afastados filogeneticamente estiverem duas espécies, mais curtas são as fases embrionárias comuns e, pelo contrário, os seres mais aparentados apresentam estádios embrionários semelhantes
Mais tarde a hipótese de Haeckel foi conhecida Lei da biogenética. Esta lei baseou-se na premissa de que as mudanças evolutivas têm origem numa sucessiva adição de estádios.

Argumentos Biogeográficos
Estes argumentos, baseando-se na distribuição geográfica dos seres vivos, consideram dois casos distintos:
- a existência de seres vivos semelhantes em regiões muito afastadas.
Como exemplo, refira-se a semelhança existente na fauna e flora África e América do Sul e a existente na Ásia e na parte ocidental da América do Norte. Admite-se que outrora estes continentes estiveram unidos e que após a sua separação não se verificou divergência evolutiva, talvez porque as condições ambientais a que ambas as espécies ficaram sujeitas tivessem sido idênticas.
- a ocorrência de grande diversidade de seres vivos em zonas geograficamente próximas. É o caso, por exemplo, das tartarugas das ilhas Galápagos e pássaros do mesmo arquipélago: embora tenham derivado de antepassado comum, pensa-se que estes seres foram condições ambientais diferentes (pressões selectivas diferentes), o que levou a uma divergência evolutiva. Neste caso particular, a divergência originou mais do que duas espécies diferentes, falando-se em radiação adaptativa.

Argumentos Citológicos
Consiste na constatação de que todos os organismos são constituídos pelas mesmas unidades básicas: as células. A uniformidade dos processos e mecanismos celulares pressupõe também uma unidade evolutiva (Ex.: as semelhanças entre a estrutura das membranas sobre o processo de divisão celular).

Argumentos Bioquímicos
Os argumentos bioquímicos são baseados no facto de:
- todos os seres vivos serem constituídos pelos mesmos tipos de biomoléculas (proteínas, lípidos, glícidos: ácidos nucleicos, aminoácidos, água e sais minerais)
- os mecanismos básicos serem idênticos em todos os seres, a nível (código genético, síntese proteica, etc.).

A fim de se estabelecerem relações filogenéticas entre os seres vivos, é necessário proceder à análise de proteínas, a comparações entre os seus DNA e à Quantificação das reacções imunológicas.
Análise de proteínas - podem-se estabelecer diferentes quer no número, quer tipo e disposição dos aminoácidos. Assim, quanto mais semelhantes forem as proteínas das duas espécie, mais aparentadas elas são, isto é, menor é a distância filogenéticas entre as espécies.

Comparação entre as moléculas de DNA – recorrendo à técnica de hibridação do DNA, pode-se inferir acerca da proximidade filogenética: assim, quanto maior for o grau de hibridação de DNA em diferentes espécies, maior é o grau de parentesco.

Quantificação das reacções imunológicas – procede-se a testes serológicos, que têm a finalidade de avaliar a taxa de reacção imunológica em diferentes espécies. O sistema imunitário reage à introdução de substâncias estranhas, produzindo anticorpos. Estes determinam fenómenos de aglutinação, formando compostos insolúveis (antigene-anticorpos), tomando os antígenes inofensivos.
Pode-se determinar o grau de parentesco entre as espécies através das reacções de aglutinação (precipitação de proteínas) e deduzir sobre o processo evolutivo. Assim, quanto mais elevada for a precipitação de proteínas, maior é o grau de parentesco.
www.notapositiva

Charles Darwin - Biografia

Charles Darwin

Charles Darwin foi um notável cientista do Séc. XIX (1809 - 1882), autor da teoria da evolução das espécies através da selecção natural.
Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 na cidade rural de Shrewsbury, na Inglaterra. O seu pai, Dr. Robert Darwin, foi um físico proeminente da época. A sua mãe, Susannah, morreu quando Charles Darwin tinha oito anos e, por uma razão ou por outra, ele nunca teve dela recordações muito vivas. De facto, ao longo de toda a sua vida, Darwin nunca foi um bom observador de pessoas, tenho sido, no entanto, um excelente observador de objectos e animais.
Darwin não foi um aluno brilhante, pois não se interessava pelas matérias que lhe ensinavam na escola. Estava destinado a viver da fortuna da família, mas o seu pai convenceu-o a optar por uma profissão. Em 1825, Charles Darwin foi estudar medicina, tendo desistido dois anos mais tarde, para ingressar em Teologia na Universidade de Cambridge. Aí, um dos seus professores, Prof. Henslow, convenceu-o a levar mais a sério o seu interesse pelas Ciências. Em Janeiro de 1831, Darwin formou-se. O Prof. Henslow falou-lhe então de um navio, o H.M.S. Beagle, que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação e, assim, em 27 de Dezembro de 1831, Darwin partiu numa expedição que iria durar cinco anos e que se iria tornar um marco da história da Ciência.
Darwin experimentou e aprendeu vários aspectos da biologia e da vida durante a sua permanência no navio, mas só quando chegou ao Arquipélago dos Galápagos, é que realmente se lhe "fez luz". Aí, descobriu que existiam inúmeras diferenças e semelhanças entre os animais das diversas ilhas e do continente. Recolheu exemplares e conduziu diversas experiências para análise e estudos futuros.
Em 1836, Darwin regressou a Inglaterra, tendo casado com Emma Wedgwood em 1837. O casal instalou-se então na cidade de Downe. Aí, passou o resto da sua vida a escrever livros, a estudar, a conduzir experiências e a corresponder-se com outros cientistas. Morreu em 19 de Abril de 1882.
No decurso do seu trabalho, Charles Darwin, desenvolveu diversas teorias e ideias controversas. É dele a frase "Na maior parte dos casos, não há dois organismos da mesma espécie que sejam semelhantes". É ele também o autor das ideias da selecção natural e da sobrevivência do mais apto. Isto significa, para Darwin, que a Terra não sustenta todo e qualquer indivíduo, mas que apenas aqueles que se adaptam e vencem a competição por comida e abrigo, estão aptos para sobreviver. Darwin expressou esta e outras descobertas da sua viagem no seu livro "On the Origins of Species by Means of Natural Selection", em 1859.
Darwin publicou muitas outras obras expondo as suas teorias e a sua biografia. Foi igualmente pioneiro em muitos temas controversos no campo das ciências. As suas ideias foram realmente revolucionárias, tendo iniciado uma linha de pensamento totalmente original.

Naturlink

Fixismo vs Evolucionismo

Aparentemente a diversidade é a regra no mundo biológico, sendo, até ao final do século XIX, considerada a sua característica principal. Os biólogos calculam que existam, actualmente, entre 30 a 50 milhões de espécies, das quais apenas 2 milhões foram descritas e denominadas.
No entanto, a partir do início do século XX os estudos bioquímicos fizeram ressaltar as semelhanças estruturais e fisiológicas dos indivíduos. Todos estes factos parecem apontar para uma origem comum para todos os seres vivos actuais, seguida de uma enorme diversificação.
As explicações para estes factos foram surgindo ao longo dos séculos, sempre baseadas em princípios religiosos, filosóficos e culturais, podendo ser actualmente classificadas em dois grandes grupos:
Hipóteses fixistas – aceites sem discussão até ao século XVIII, consideram que as espécies, uma vez surgidas, se mantiveram inalteradas ao longo do tempo;
Hipóteses evolucionistas – também conhecidas por transformistas, surgiram no século XIX e consideram as espécies actuais o resultado de lentas e sucessivas transformações sofridas por espécies que já existiam no passado. (ver mais)

www.simbiotica.org

A Evolução segundo Lamarck

Lamarck



Lamarck, naturalista francês, foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução. A sua teoria foi publicada em 1809, no livro Filosofia Zoológica..(Ver mais)
Em 1809, 0 biólogo francês Jean Baptiste Lamarck propôs uma teoria para explicar de qual maneira os seres vivos evoluem. Segundo Lamarck, uma grande alteração no meio ambiente provocaria, numa espécie, uma necessidade de se modificar. Essa necessidade levaria à formação de novos hábitos. Essa idéia aliada a observação da natureza levaram Lamarck a formular as duas leis básicas da sua teoria evolutiva.
Lei do Uso a Desuso: Segundo esta lei, quanto mais uma parte ou órgão do corpo é usada, mais se desenvolve; contrariamente as partes que não são usadas enfraquecem, atrofiam chegando até a desaparecer.
Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos: Segundo Lamarck qualquer animal poderia transmitir aos seus descendentes aquelas características que se atrofiavam pelo desuso ou se desenvolviam pelo uso.
De acordo com Lamarck as novas espécies aparecem, por evolução, devido à aquisição ou perda de caracteres. Numerosos exemplos na natureza foram usados por Lamarck para explicar as suas leis. Assim, citaremos:
A girafa habita locais onde o solo é seco e com pouca vegetação. Obrigada a comer brotos de árvores a girafa foi esticando o seu corpo para cima. Esse hábito provocou o enorme pescoço e as patas anteriores, mais longas do que as posteriores.
As cobras evoluíram a partir de ancestrais que apresentavam pernas e corpos curtos. Obrigadas, por modificações ambientais, a rastejar e passar através de aberturas estreitas, acabaram por perder os membros e apresentar um corpo alongado.
As membranas entre os dedos das aves aquáticas resultaram do uso durante a natação.
Aves pernaltas como as garças, teriam desenvolvido as pernas, esticando-as para manter o corpo fora das zonas inundadas.
Plantas de regiões desérticas teriam diminuído a superfície das folhas, para evitar a transpiração; tais folhas acabaram por se transformar em espinhos. Para conservar água os caules adquiriram a consistência suculenta.
A primeira suposição da Lamarck é válida: o uso a o desuso provocam alteração nos organismos. Assim, sabemos que os atletas desenvolvem os seus músculos através do uso, enquanto que a paralisação das pernas, por exemplo, determina atrofia. A falha está na segunda hipótese: os caracteres adquiridos por uso e desuso nunca são transmitidos aos seus descendentes. O golpe definitivo no lamarquismo foi dado por Weismann, nas suas famosas experiências cortando caudas de camundongos por sucessivas gerações a mostrando que não havia atrofia dessa apêndice. Ele foi o autor da teoria da "continuidade do plasma germinativo", pela qual o germe é imortal, sendo as alterações provocadas pelo meio ambiente, no corpo, não transmissíveis aos descendentes.
Colegioweb

O Imperador Eucariol

Kandinsky - Several Circles
O IMPERADOR EUCARIOL
Era uma vez...
Afirmam os sábios que, há dois mil milhões de anos, rolava pelo espaço um pequeno planeta chamado GEA, possuidor de vazias terras fumegantes banhadas por um vasto mar, cálido e azul (se o céu assim fosse) rodeado de lagos e lagunas mais ou menos profundas. Este meio aquoso deixava-se perpassar pelos raios potentes da estrela mais próxima, a estrela HÉLIA, que sacrificava tudo o que resolvesse sair do mundo líquido.
A história que vamos contar ocorre no reino dos Eucaria sob o domínio de Tétis, a protectora deusa das águas. Nesses tempos, os mundos submersos eram dominados pelo imperador EUCARIOL – UNI - III.
Este soberano dominava os súbditos pela força. Era um tirano implacável e predador que provocava temor geral pelas suas grandes dimensões e rapidez de movimentos, apesar da sua forma rotunda. Ao passar pelos demais, ele sobressaía pelos seus compridos braços flagelados que ondulavam como mantos, culminando numa magnífica coroa ciliada que refulgia à luz de Hélia. A maioria dos seus súbditos tentava manter uma distância de sobrevivência, mas muitos não escapavam à sua insaciabilidade.
Neste reino todos os habitantes eram transparentes. E, portanto, não era nada agradável vislumbrar, apesar dos contornos se esbaterem, o que acontecia a todo aquele que lhe servia de alimento.
O imperador EUCARIOL estava provido de uma complexa rede interna de labirintos membranares e, fora das refeições, num estado de maior limpeza interior, o fervilhar de toda a sua actividade interna transparecia, comandada pelo seu fantástico cérebro nuclear. Muitos dos que o rodeavam eram-lhe semelhantes na estrutura, mas ele era, sem dúvida, o melhor adaptado dentro do seu género.
EUCARIOL era o soberano por ser o mais receado, mas a família real continha outros membros que não sendo tão temidos eram muito mais admirados, senão adorados, porque não tiravam a vida. Pelo contrário, facilitavam-na. Deve ser referido que estes outros membros da realeza eram parentes afastados do imperador, pois faziam parte de outra genealogia que há muito se tinha separado, a linhagem dos EUCLORA.
Estes indivíduos não eram inferiores, na sua magnificência, ao imperador. Tal como ele, a sua transparência ostentava finas pregas membranares que se matizavam de verde tanto mais cintilante quanto mais próximos da radiação da estrela Hélia. Esta linhagem não era tirânica. O seu objectivo consistia em recriar a vida todos os dias, construindo novas moléculas que eram a fonte de alimento para todo o império. Esta qualidade fazia deles os mágicos do reino e o próprio imperador respeitava-os. Assim, embora este não se fizesse rogado em capturar um EUCLORA, sabia, no fundo, que o seu reinado sucumbiria sem a sua presença.
A divisão nas linhagens tinha ocorrido há um longo tempo atrás, na época das rivalidades internas do povo anterior do reino, os PROCARIA. Nessa altura, os EUCARIA ainda não tinham aparecido, contando as lendas antigas que o mundo submerso era apenas habitado por aqueles que agora não passavam dos mais humildes. Formavam um povo pequeno, faltava-lhes a exuberância da forma e nem sequer tinham um cérebro nuclear. Apesar disto, contava-se que os EUCARIA eram os seus descendentes. Nas míticas lutas que os PROCARIA tinha travado entre si, alguns tinham ingerido outros e, não sendo capazes de os digerir, passaram a incluí-los dentro de si como hóspedes. Esta associação teria resultado benéfica para ambas as partes e dela teriam evoluído as duas linhagens EUCARIA e EUCLORA ambas com maior capacidade para gerir a energia disponível e de transformar pela luz (EUCLORA), os minerais em novo alimento. Com este processo libertava-se para a atmosfera um gás que já era libertado pelo povo primitivo e perdera as suas qualidades venenosas, o OXANO. Nessa altura ainda ninguém previa as suas futuras vantagens.
O imperador EUCARIOL reinava sobre este mundo e parecia querer fazê-lo para sempre. Os seus conselheiros já lhe tinham falado da importância da sucessão, mas ele nem queria ouvir falar disso, pois sabia que o seu pai, o imperador EUCARIOL-UNI I, tinha desaparecido sem deixar rasto quando ele e o seu irmão gémeo, o príncipe EUCARIOL-UNI II, tinham nascido. Para se tornar imperador tivera de banir o seu irmão e não queria desaparecer pelo facto de ter descendentes. Pensava na sucessão de outra forma. Tinha resolvido pedir a mão a uma das filhas do rei EUCARLO, seu primo próximo. Uma ligação matrimonial à princesa EUCARIALINA talvez o revitalizasse, assegurando-lhe mais tempo de sobrevivência.
Um dia, enquanto cogitava neste assunto, viu , de súbito, aumentar a sua inquietação com a chegada de mensageiros dos confins do reino trazendo a notícia de que estavam a organizar-se grupos de dissidentes para por fim à sua tirania. Mal sabia ele, que se iria entrar na época da guerra das COLÓNIAS.
O seu reinado estava prestes a chegar ao fim.

De que modo foi vencido o imperador EUCARIOL-UNI-III?
Texto de Helena Cruz

02 janeiro 2010

Lynn Margulis - Evolução através a perspectiva de Gaia

Lynn Margulis, a bióloga norte-americana de 71 anos que se tornou famosa pela sua formulação da Teoria Endossimbiótica em 1966, falou na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, sobre o tema "Evolução no Planeta Gaia: o Legado de Darwin".
O evento integrou no ciclo de oito conferências internacionais organizado pela Gulbenkian no âmbito das comemorações dos 200 anos do nascimento de Charles Darwin e dos 150 anos da publicação do livro "A Origem das Espécies através da Selecção Natural".
Professora da Universidade de Massachussets-Amhers (EUA) e autora ou co-autora de 17 livros, oito dos quais com o seu filho Dorion Sagan (Lynn foi a primeira mulher do astrónomo Carl Sagan), Margulis enfrentou a oposição de muitos biólogos relativamente à sua inovadora formulação da Teoria Endossimbiótica.
Segundo esta teoria, as células eucarióticas (núcleos celulares rodeados por uma membrana), surgidas nos seres vivos há 1,4 mil milhões de anos, teriam origem na simbiose entre dois tipos de células procarióticas (não delimitadas por uma membrana): umas (anaeróbias) vocacionadas para as permutas com o meio envolvente e outras (aeróbias) que absorviam oxigénio e geravam energia.
O inovador artigo científico que escreveu em 1966, quando tinha 28 anos, foi a primeira formulação da teoria baseada directamente nas observações microbiológicas, e não, como acontecia até então, nas observações paleontológicas ou zoológicas.
O artigo foi inicialmente rejeitado por cerca de quinze revistas científicas, mas devido aos argumentos, à persistência e à convicção com que a então jovem bióloga defendeu a sua tese, acabou por ser aceite e é hoje considerado um marco na moderna Teoria Endossimbiótica.
Margulis lecciona anualmente desde 1972 o curso de Evolução Ambiental, que tem desenvolvido com a colaboração científica de geólogos, ambientalistas e cientistas como o britânico James Lovelock, pai da conhecida Hipótese de Gaia (a Terra como um organismo vivo).
Expresso.pt

Lynn Margulis

Bióloga norte-americana, membro da Academia Nacional de Ciências e galardoada com a National Medal of Science (1999), Lynn Margulis nasceu em 1938, em Chicago. Foi casada várias vezes, uma delas com o conhecido astrónomo Carl Sagan. De entre os vários trabalhos e estudos desta cientista, destaca-se a Teoria da Endossimbiose (ou Modelo Endossimbiótico) que sugere que determinados organelos tenham surgido na sequência de uma relação simbiótica estável entre diferentes organismos.
Este princípio, baseado na similitude estrutural e genética verificada entre diferentes seres, aplica-se principalmente às mitocôndrias e aos cloroplastos - ambos são organelos detentores de um ADN; diferente contudo do das células que os albergam, quer na quantidade e no código genético, enquanto que muito semelhante, nos mesmos aspectos, ao de bactérias e outros organismos procariotas.Em 1972, Margulis começou também a dedicar-se à análise da Hipótese (ou Teoria) de Gaia, de 1969, na qual o seu autor, James Lovelock, químico e inventor britânico, defendia que a Terra era um organismo vivo. Licenciada pela Universidade de Chicago, graduada mestre pela Universidade de Wisconsin e doutorada pela Universidade da Califórnia, tornou-se, mais recentemente, uma eminente e reconhecida professora na Universidade de Massachussets, no Departamento de Geociências.
Infopédia

Teoria endossimbiótica - A origem da célula eucariota

A maioria dos biólogos considera que a divisão fundamental no mundo biológico é a que separa os seres procariontes dos eucariontes, divisão esta, baseada na estrutura celular dos organismos. No entanto, apesar das diferenças bem conhecidas entre estes dois grupos, têm sido estabelecidas importantes relações entre eles.
Os procariontes constituem, mesmo na actualidade, mais de metade da biomassa da Terra, e colonizaram todos os ambientes. No entanto, a evolução não se satisfez com este sucesso e surgiram níveis mais complexos de organização.
A origem da Vida parece ter ocorrido há cerca de 3400 M.a., quando o nosso planeta já teria 1000 ou 1500 M.a. de idade. A célula conserva em si, a nível da sequência de aminoácidos, proteínas ou bases nucleotídicas, diversas marcas do seu passado, pois cada gene de uma célula actual é uma cópia de um gene muito antigo, ainda que com alterações.
Este é o motivo porque se considera a existência de um ancestral comum entre organismos que apresentem grande número de nucleótidos ou proteínas comuns.
Até há pouco tempo considerava-se que as células eucarióticas teriam derivado de procariontes unicelulares, por um processo desconhecido de complexificação, designado por hipótese autogénica. Esta teoria considera que a célula eucariótica teria surgido através de especialização de membranas internas, derivadas de invaginações da membrana plasmática.
É sabido que a associação entre duas células é comum e pode trazer vantagens importantes, tanto em procariontes como em eucariontes. As bactérias formam frequentemente agregados simples, em que as células não apresentam ligações citoplasmáticas, mas beneficiam, apesar disso, da protecção do número. O estudo de situações deste tipo revelou, no entanto, que um conjunto de procariontes nunca funcionará como uma estrutura multicelular.
Surge, portanto, um corolário para esta afirmação, que consiste na obrigatoriedade da presença de células eucarióticas para o desenvolvimento da multicelularidade.

A teoria de maior aceitação, proposta por Lynn Margulis, a Teoria Endossimbiótica, sugere que as células eucarióticas seriam o resultado da associação de células procarióticas simbióticas.

A simbiose entre estas células procarióticas teria evoluído para graus de intimidade tais, que algumas células envolveriam outras completamente, embora as primeiras ficassem intactas no interior do hospedeiro. Estas células envolvidas teriam originado os organitos de uma célula eucariótica actual.
Segundo Margulis, a célula eucariótica típica teria surgido sequencialmente, em 3 etapas, como se pode ver ao lado:
proto-eucarionte tornou-se hospedeiro de bactérias aeróbias, obtendo mitocôndrias;
proto-eucarionte tornou-se hospedeiro de bactérias espiroquetas, obtendo cílios, flagelos e, mais tarde, outras estruturas com base em microtúbulos como os centríolos e citosqueleto;
proto-eucarionte tornou-se hospedeiro de cianobactérias obtendo plastos.
Um bom exemplo de como esta teoria pode ser correcta é a evolução dos cloroplastos em protistas fotossintéticos, que parece resultar de uma série de processos endossimbióticos.
Aparentemente todos os cloroplastos remontam ao envolvimento de uma cianobactéria ancestral por uma outra célula, um proto-eucarionte. Este será designado o fenómeno endossimbiótico primário e teria resultado na formação do cloroplasto clássico com duas membranas (uma resultante da membrana plasmática da cianobactéria e outra da membrana da vesícula de endocitose da célula maior). Teria sido assim que surgiram os cloroplastos das algas verdes e vermelhas.
As algas euglenófitas, no entanto, teriam cloroplastos formados por um fenómeno endossimbiótico secundário, ou seja, o seu ancestral terá envolvido uma clorófita unicelular e descartado toda a célula excepto o cloroplasto. Esta é uma possível explicação para o facto de as euglenófitas apresentarem os mesmos pigmentos fotossintéticos que as clorófitas e as plantas, bem como para a terceira membrana que envolve o cloroplasto destas algas unicelulares.
Outros protistas fotossintéticos apresentam cloroplastos resultantes da endossimbiose secundária de rodófitas unicelulares e chegam mesmo a participar em fenómenos de endossimbiose terciária, originando um grupo de dinoflagelados com cloroplastos envolvidos por quatro membranas.
Alguns outros factos parecem apoiar a teoria endossimbiótica:
- material genético igual entre procariontes e eucariontes;
- transcrição e tradução semelhantes;
- simbiose é um processo muito comum no mundo vivo;
- tamanho de cloroplastos e mitocôndrias muito semelhante ao dos procariontes actuais;
- membrana interna dos cloroplastos e mitocôndrias é produzida pelos próprios organitos;
- ribossomas dos cloroplastos semelhantes em tamanho e características aos dos procariontes ;
- síntese proteica das mitocôndrias e cloroplastos é inibida por substâncias inibidoras de procariontes (estreptomicina e cloranfenicol) mas não por inibidores de eucariontes (ciclo-heximida);
- aminoácido iniciador da cadeia polipeptídica de uma mitocôndria ou cloroplasto é a formil-metionina, como nas bactérias, e não a metionina, como nos eucariontes (e arqueobactérias);
- DNA próprio nas mitocôndrias e cloroplastos, semelhante, em estrutura, ao material genético bacteriano, não associado a histonas;
- divisão autónoma das mitocôndrias e dos cloroplastos;
- protozoários que vivem em simbiose com bactérias não têm mitocôndrias mas realizam respiração aeróbia por intermédio das bactérias, localizadas no interior de vacúolos.
No entanto, muitas dúvidas persistem, pois a transferência lateral de genes complica grandemente o estudo das linhagens celulares mas, ao mesmo tempo, não parece ter sido suficiente para explicar o facto de cada vez mais genes com origem bacteriana serem encontrados em eucariontes.
Uma origem endossimbiótica de mitocôndrias e cloroplastos permite explicar a presença de genes bacterianos que codificam enzimas do metabolismo energético mas não explica a presença de muitos outros. O genoma eucarionte é claramente uma mistura com dupla origem.
Um sugestão recente propõe que o domínio Eukarya tenha surgido através de uma fusão mutualista (e não uma endossimbiose) de uma bactéria Gram – e de uma arqueobactéria, mas ainda precisa de mais provas.
Simbiotica